Em meio à Covid-19, segue a busca por soluções para doenças negligenciadas
O Brasil vive uma crise sanitária, econômica, política e social que escancara desigualdades históricas. O cenário de completa incerteza exige a multiplicação de esforços ao combate à Covid-19, sem esquecermos, entretanto, doenças como as tropicais negligenciadas (DTNs), que há tempos constituem um enorme desafio à saúde pública e ao desenvolvimento econômico em algumas das áreas mais vulneráveis do planeta. Trata-se do primeiro projeto colaborativo da América Latina voltado às etapas iniciais de triagem e otimização de compostos químicos, cruciais para o processo de descoberta de medicamentos para DTNs. Temos o audacioso objetivo de entregar candidatos pré-clínicos de alta qualidade, que prossigam em estudos mais avançados, até se tornarem tratamentos eficazes, acessíveis, seguros e com baixa toxicidade mesmo para grupos mais sensíveis, como crianças e gestantes. Uma delas é a doença de Chagas, a enfermidade parasitária mais letal da América Latina, levando 14 mil pessoas à morte por ano. a doença dispõe dos mesmos tratamentos há meio século: todos de longa duração , com efeitos colaterais e baixa eficácia em fases mais avançadas. As leishmanioses, por sua vez, representam um conjunto de doenças causadas por mais de 20 espécies do protozoário Leishmania e são transmitidas a partir da picada do mosquito-palha. Estão diretamente relacionadas a mudanças ambientais, como desmatamento, migrações e falta de políticas habitacionais e de saneamento. Presentes em 98 países nas suas formas visceral, cutânea e/ou mucosa, as leishmanioses colocam em risco mais de 1 bilhão de pessoas. Já a malária é uma doença infecciosa provocada pelos protozoários do gênero Plasmodium. Em 2018, mais de 405 mil pessoas perderam suas vidas para a enfermidade, sendo 67% crianças menores de cinco anos. O consórcio possibilitará a construção de um centro multidisciplinar de descoberta de fármacos para doenças tropicais na região. O impacto da Covid-19 permanece incalculável, mas é essencial que nós, membros da comunidade científica, também nos mobilizemos para desenvolver estratégias que atendam às necessidades de saúde de de populações vulneráveis. Fonte: Veja #informativosindsaerc #sindsaerc
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