Governo Brasileiro lança programa inédito de medicina de precisão
O
programa Genomas Brasil é uma iniciativa inovadora que, a partir de um banco de
dados com 100 mil genomas, permitirá, no futuro, antecipar diagnósticos de
doenças antes mesmo dos primeiros sintomas
O Governo Federal
lançou, nesta quarta-feira (14), no Palácio do Planalto, o Programa Nacional de
Genômica e Saúde de Precisão. Denominado de Genomas Brasil, o programa
aperfeiçoará o entendimento das variações genéticas típicas da população
brasileira, e possibilitando, futuramente, o acesso a tratamentos
personalizados no Sistema Único de Saúde (SUS). Dessa forma, será possível, por
exemplo, identificar suscetibilidades do indivíduo em desenvolver determinadas
doenças antes mesmo dos primeiros sintomas aparecerem. O investimento previsto
para os primeiros quatro anos é de, pelo menos, R$ 600 milhões.
“O programa Genomas
Brasil representa um grande avanço no diagnóstico, na prevenção e no tratamento
de doenças. Essa iniciativa vai mudar a medicina realizada hoje no país e vai
trazer precisão ao tratamento dos brasileiros. É primeiro grande passo para o
Brasil entrar na elite da área de terapia avançada da genômica no mundo”,
destacou o presidente da República, Jair Bolsonaro.
A principal meta do
Genomas Brasil para os próximos quatro anos é a criação de um banco de dados
nacional com 100 mil genomas completos de brasileiros. Esse banco de dados
permitirá compreender a relação entre genes e doenças na população, trazendo
para o SUS benefícios como o acesso a diagnósticos mais precisos, a capacidade
de prever e prevenir doenças e a personalização do tratamento com base na
informação genética.
O banco de dados
sequenciará genes de portadores de doenças raras, cardíacas, câncer e
infectocontagiosas, como a Covid-19. Essas doenças foram escolhidas devido a
elevada carga de casos no país e pelos elevados custos que geram ao SUS.
“Estamos efetivamente focados em construir o maior banco de sequencias
genéticas do mundo, mapeamento o DNA de 100 mil brasileiros em quatro anos.
Isso vai nos dar capacidade de precisar a medicina. Nós precisamos dar o
remédio certo, na dose certa e personalizado à população. Com esta medida
estamos buscando fazer a saúde que o brasileiro merece no futuro”, ressaltou o
ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
A medicina de precisão
torna o diagnóstico mais exato ao utilizar dados genéticos das pessoas,
permitindo a personalização do tratamento, e tornando todo o processo mais
seguro e eficaz. Neste setor da medicina é possível observar e compreender o
comportamento das doenças, para que, a longo prazo, o melhor tratamento, ou até
mesmo a cura de algumas dessas doenças possa ser alcançada.
SOBRE O PROGRAMA
O Genomas Brasil
irá trabalhar com três frentes para criar um cenário que permita implementar a
saúde de precisão no SUS. A primeira fase visa fortalecer as áreas de ciência e
tecnologia no Brasil, apoiando financeiramente a execução de pesquisas e
formação de pesquisadores altamente qualificados. Para isso, o Ministério da
Saúde firmou acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) este ano em que disponibilizou mais de R$ 71 milhões do seu
orçamento para viabilizar ações de fomento à pesquisa e à capacitação de
pesquisadores.
A primeira ação
desta parceria foi o lançamento da Chamada Pública n° 26/2020 pelo CNPq, em
agosto, que disponibilizará R$ 47,2 milhões para apoiar pesquisas que visem
gerar produtos inovadores de terapias avançadas consideradas estratégicas para
o SUS.
A iniciativa também
conta com a parceria e incentivo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) que apoiará o projeto na atração e regulação de recursos
privados para o programa, com o objetivo de fomentar a inovação em saúde no
país. Entre as iniciativas do BNDES está uma chamada pública no valor aproximado
de R$ 50 milhões para o sequenciamento genético da população brasileira, o
apoio na estruturação do modelo de participação da iniciativa privada no
financiamento e na pesquisa de saúde de precisão e o fomento a startups na área
de genômica via o Programa BNDES Garagem.
A segunda etapa
visa estabelecer um projeto piloto de pesquisa para avaliar a viabilidade de
implementação de serviço de genômica e saúde de precisão no SUS, além de
qualificar os profissionais da rede pública para a medicina personalizada e de
precisão. Os participantes da pesquisa que terão seus genomas sequenciados
serão recrutados diretamente dos serviços da rede pública que cuidam dos
pacientes com doenças raras, cardiovasculares, oncológicas e infectocontagiosas
do SUS. O projeto piloto é inspirado no Projeto 100.000 Genomas do Reino Unido,
iniciado em 2012.
A
terceira fase consiste em fortalecer e estimular a indústria brasileira de
genômica e saúde de precisão. O Genomas Brasil irá criar um programa de
pré-aceleração de startups, visando estimular ideias inovadoras,
estimulando a indústria nacional. O programa irá criar um consórcio
pré-competitivo de inovação com empresas nacionais e internacionais para
agregar valor aos dados genômicos do programa, estimulando, assim, a economia
do setor no país.
DIVERSIDADE
BRASILEIRA
No Brasil, a
população possui uma das maiores miscigenações no mundo, já que é caracterizada
por grande diversidade étnica. Nesse contexto, o Programa Genomas Brasil se
propõe a explorar as especificidades genéticas da população brasileira,
composta por fragmentos de diferentes genomas subcontinentais (europeu,
ameríndio, africano e asiático), para garantir o acesso à saúde de precisão e,
consequentemente, o cuidado ao paciente de forma individualizada, levando em
conta o histórico de saúde e a relação dos dados clínicos, genéticos e o estilo
de vida.
Para estabelecer o
genoma de referência da população brasileira, o Genomas Brasil irá utilizar as
experiências prévias financiadas pela pasta. A escolha desses projetos de
pesquisas deve-se à existência clínica detalhada das populações estudadas e
amostras biológicas previamente coletadas. Para obter o máximo benefício, o
programa reunirá experiência de grupos de pesquisas de excelência, distribuídos
em diversos estados do Brasil e em diferentes instituições, como a Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), universidades públicas e institutos de pesquisas do
governo federal.
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