Ministério da Saúde prepara estratégia de vacinação contra a Covid-19
O Ministério da Saúde divulgou,
nesta quinta-feira (19), durante coletiva de imprensa, a primeira parte do
Plano de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19. O documento relaciona
os dez eixos prioritários que vão guiar a campanha de vacinação dos brasileiros,
a fim de reduzir a morbidade e mortalidade pela doença, além de diminuir a
transmissão do vírus entre as pessoas.
O objetivo é imunizar,
tão logo uma vacina segura seja disponibilizada, os grupos com maior risco de
desenvolver complicações e óbitos pela doença e as populações mais expostas ao
vírus.
Ao apresentar o Plano, o
secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, reforçou que o
público-alvo será detalhado apenas após a conclusão dos estudos de fase 3 dos
imunizantes testados. “Só assim conseguiremos avaliar em quais grupos (a
vacina) teve maior eficácia”, afirmou.
O documento foi elaborado
no âmbito da Câmara Técnica Assessora em Imunizações e Doenças Transmissíveis,
em parceria com instituições que auxiliaram na definição dos grupos de risco,
estratégia de vacinação, atualização os estudos sobre a doença, entre outros.
Além do Ministério,
integram esse grupo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o
Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS), a Fiocruz, o
Instituto Butantan, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), sociedades
médicas, conselhos federais da área da saúde, Médicos Sem Fronteiras e
integrantes dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de
Saúde (Conass e Conasems).
Na coletiva, Arnaldo
Medeiros disse que a importância da estratégia é dar transparência ao processo
de elaboração da campanha, de modo que a população sinta segurança no processo.
“Esse ministério tem um compromisso sério com a população brasileira de só vacinarmos
quando tivermos certeza de que estamos diante de uma vacina registrada com
garantia de eficácia”.
A campanha de divulgação
do processo de produção e aprovação do imunizante, bem como da capacidade do
país de distribuir os insumos, está prevista para ser lançada entre dezembro e
janeiro. A mobilização para chamar os públicos prioritários para aplicação das
doses e locais de vacinação é o passo seguinte, e deve ocorrer assim que houver
definição sobre as vacinas.
EIXOS PRIORITÁRIOS
O
desenvolvimento do plano de ação nacional e sua execução nos estados e
municípios tem como base dez eixos prioritários: situação epidemiológica;
atualização das vacinas em estudo; monitoramento e orçamento; operacionalização
da campanha; farmacovigilância; estudos de monitoramento pós marketing; sistema
de informação; monitoramento; supervisão e avaliação; comunicação e
encerramento da campanha.
EIXO 1 – SITUAÇÃO
EPIDEMIOLÓGICA
O primeiro eixo busca
identificar grupos de maior risco para adoecimento, agravamento e óbito pela
Covid-19. Dentre os grupos prioritários estão: idosos e pessoas com
comorbidades (Diabetes, HAS, Doenças cardíacas/cerebrovasculares, DPOC, Renal,
Obesidade, Câncer, Transplantado e Anemia Falciforme).
Arnaldo Medeiros explicou
que os profissionais de saúde também foram considerados grupos de risco
“Estamos priorizado a manutenção do funcionamento dos serviços de saúde e esses
trabalhadores estão entre os grupos mais expostos ao vírus”, disse.
Neste eixo, a Pasta
também avalia as condições de armazenamento e duração da vacina e os dados de
segurança. Em relação à armazenagem dos imunizantes, as especificações
serão orientadas pelo laboratório fornecedor.
Toda a rede de frio do
Brasil dispõe de equipamentos para armazenamento de vacinas a -20°C, com
exceção da instância local - que são as salas de vacinas e onde o armazenamento
se dá na faixa de controle de +2°C a +8°C. Atualmente, o padrão de vacinas no
mundo segue orientações de armazenamento entre +2°C e +8°C.
EIXO 2 – ATUALIZAÇÃO DAS
VACINAS EM ESTUDO
Atualmente, há mais de
400 projetos em desenvolvimento. Destes, metade estão registrados pela
Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao todo, 154 estão em estágio de
pesquisa pré-clínica e há 44 projetos em estudos clínicos, das quais 10, estão
em fase 3. Neste eixo, a Pasta pretende acompanhar as plataformas em estudo, o
panorama geral de vacinas em desenvolvimento e a descrição das vacinas
brasileiras.
EIXO 3 – MONITORAMENTO E
ORÇAMENTO
Avaliação da vacina – se
entrará como rotina ou campanha anual - e os custos dessa operacionalização.
EIXO 4 – OPERACIONALIZAÇÃO DA
CAMPANHA
Acompanhamento da
estratégia de vacinação, distribuição de doses por unidade federada,
público-alvo, meta, fases e prioridades.
EIXO 5 – FARMACOVIGILÂNCIA
Monitoramento dos eventos
adversos pós-vacinação no pós-licenciamento da vacina (administração da vacina
em massa).
EIXO 6 – ESTUDOS DE
MONITORAMENTO E PÓS MARKETING
Os monitoramentos levarão
em consideração os estudos de efetividade e segurança como vacinação de
gestantes inadvertidademente, por exemplo.
EIXO 7 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO
As vacinas precisam ter a
rastreabilidade. Por meio dos sistemas como DataSUS será possível obter o
registro nominal da população para avaliar a cobertura vacinal e o
acompanhamento de eventos adversos pós-vacinação.
EIXO 8 – MONITORAMENTO,
SUPERVISÃO E AVALIAÇÃO
Neste eixo, será definido
indicadores para avaliação da estratégia de vacinação desde a sua execução até
os resultados.
EIXO 9 – COMUNICAÇÃO
Será
definido o plano de comunicação da campanha de vacinação, com informação sobre
o processo de produção e aprovação de uma vacina, informação sobre a vacinação,
os públicos prioritários, dosagens, etc.
EIXO 10 - ENCERRAMENTO DA
CAMPANHA
Neste eixo será
avaliado os resultados da Campanha. Fonte: M.S #informativosindsaerc #acsace
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