Saúde abre consulta pública sobre medicamento para o tratamento da hanseníase
Ministério da Saúde abre prazo de 20 dias para sugestões, críticas e
contribuições do uso da claritromicina no tratamento de pacientes resistentes a
medicamentos
Ministério da Saúde
abre consulta pública sobre o fornecimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) da
claritromicina para tratamento de pacientes com hanseníase resistente aos
medicamentos já ofertados no sistema público. Até o dia 23 de novembro,
gestores, trabalhadores e usuários do SUS, profissionais da saúde, pacientes,
familiares, assim como pesquisadores em saúde, poderão contribuir enviando
manifestações ao Ministério da Saúde. As contribuições e sugestões da consulta
pública serão organizadas e inseridas no relatório final da Comissão Nacional
de Incorporação de Tecnologia no Sistema Único de Saúde (Conitec). Após
análise da Comissão, o relatório é encaminhado ao Secretário de Ciência,
Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, para avaliação da
possível incorporação.
A análise da proposta para ampliação
de uso do medicamento para o tratamento de pacientes resistentes à rifampicina,
com ou sem resistência associada a ofloxacino, foi demandada pela Secretaria de
Vigilância em Saúde da pasta.
Os pacientes com hanseníase
resistente a medicamentos são tratados no SUS, habitualmente, com
poliquimioterapia (PQT) - tratamento que combina três medicamentos:
rifampicina, dapsona e clofazimina usado por um período de até 24 meses (dois
anos). Após as primeiras doses dessas medicações, o indivíduo já não transmite
mais a doença, porém, é necessário concluir o tratamento para que ocorra a cura
completa e sejam evitadas reincidências e novas contaminações.
Em uma pequena quantidade de
pacientes, entretanto, a hanseníase se torna resistente à rifampicina. Para
esses casos, o Ministério da Saúde, em suas Diretrizes para vigilância, atenção
e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública, preconiza a troca da
rifampicina por minociclina ou ofloxacino – substância que também pode provocar
resistência. Para o tratamento da hanseníase resistente à rifampicina, com ou
sem resistência associada a ofloxacino, uma das recomendações da Organização
Mundial de Saúde (OMS) é o uso da claritromicina.
A claritromicina é um antibiótico já
utilizado no SUS para o tratamento de outras patologias, sendo indicada para o
tratamento de infecções de vias aéreas superiores e inferiores, e de infecções de
pele e de tecidos moles como, por exemplo, músculos, tendões, revestimento das
articulações e nervos. Embora a qualidade da evidência apresentada tenha sido
classificada como muito baixa, considerou-se que o esquema terapêutico contendo
claritromicina possui eficácia e segurança semelhantes ao tratamento de
hanseníase disponibilizado pelo SUS, ainda que seja mais caro.
Comparado com a PQT, o uso da
claritromicina apresenta uma diferença de custo de R$ 556,04, para um
tratamento com duração de 12 meses (dois anos). Na análise de impacto
orçamentário, que considerou que todos os portadores de hanseníase resistente a
medicamentos utilizariam a claritromicina desde o primeiro ano da ampliação de
uso, verificou-se no cenário principal (com 13 pacientes a cada ano) um gasto
de R$ 35.638,85 ao longo de cinco anos. No cenário alternativo, em que se
considerou uma população menor (cinco pacientes por ano) o valor seria de R$
13.707,25, ao longo dos cinco anos da ampliação de uso.
A Conitec recomenda, inicialmente, a
ampliação de uso da claritromicina para o tratamento de pacientes com
hanseníase resistente a medicamentos no SUS. O tema foi discutido durante a 91ª
reunião ordinária da Comissão, realizada nos dias 7 e 8 de outubro de 2020. Na
ocasião, o Plenário considerou que, apesar da baixa qualidade da evidência
apresentada, é necessário haver alternativas para pacientes que são resistentes
aos medicamentos do tratamento atual.
A hanseníase é uma doença
infectocontagiosa que pode afetar qualquer pessoa. Ela costuma acometer a pele
e os nervos periféricos e se manifesta pela diminuição ou perda da
sensibilidade. Com isso, a doença faz com que a pessoa não tenha sensação tátil
de calor, ou mesmo de dor, nas partes afetadas. Ela também provoca manchas na
pele, placas ou caroços em qualquer parte do corpo e diminuição da força
muscular nas mãos, pés e face. A sua transmissão acontece por meio do contato
próximo e prolongado com uma pessoa doente que esteja sem tratamento. Por isso,
a importância de estar atento aos sinais e procurar atendimento médico para
avaliação e diagnóstico correto, caso a pessoa apresente alguns desses
sintomas.
Consulta Pública
A Consulta Pública é um mecanismo de
publicidade e transparência utilizado pela Administração Pública para obter
informações, opiniões e críticas da sociedade a respeito de determinado tema.
Esse mecanismo tem o objetivo de ampliar a discussão sobre o assunto e embasar
as decisões sobre formulação e definição de políticas públicas.
O assunto está
disponível na consulta pública nº 58. Acesse também o relatório técnico
completo de recomendação da Conitec. Fonte: M.S
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