Pacientes com diabetes contam com investimentos e cuidados no SUS
Sábado (14/11) foi comemorado o Dia Mundial de Combate ao Diabetes, o Ministério da Saúde reforça a importância do diagnóstico precoce e do autocuidado para controle da doença. O Ministério da Saúde reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento adequado para controle da doença no país.
Prevenção e autocuidado são
palavras-chave quando se fala em diabetes. Isso porque, na maioria das vezes,
não há manifestação de sintomas ou mal-estar no paciente, acendendo um sinal de
alerta para as possíveis complicações de saúde geradas pela doença
Causada pela
produção insuficiente ou resistência à insulina, hormônio que regula a glicose
no sangue e garante energia para o organismo, a diabetes esteve, em 2018, entre
as cinco principais causas de morte no Brasil.
“A Federação Internacional de Diabetes
estima que nós tenhamos, no Brasil, em torno de 16,8 milhões de pessoas com a
doença. Mas o mais grave é que praticamente metade, 46%, desconhece esse
diagnóstico. A gente tem um trabalho muito grande de buscar essas pessoas,
porque elas podem, infelizmente, descobrir a doença tardiamente, já inclusive
com complicações”, explica a endocrinologista Hermelinda Pedrosa, presidente do
Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (SBEM).
O
atendimento conduzido pela Atenção Primária à Saúde pode evitar hospitalizações
e complicações relacionadas à doença. As úlceras nos pés - mais conhecidas como
pé diabético - e as amputações de extremidades são as de maior impacto
socioeconômico e que afetam a qualidade de vida do paciente com diabetes. A
doença também pode provocar problemas arteriais, cardíacos, renais, nos olhos e
no sistema nervoso.
Os fatores de risco para
diabetes envolvem hereditariedade, obesidade ou excesso de peso e a falta de
hábitos saudáveis no dia-a-dia. A melhor forma de prevenir é praticando
atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando
consumo de álcool, tabaco e outras drogas.
“Quando
você sabe que você tem um fator de risco, como um pai, uma mãe que tem
diabetes, ou está aumentando o peso, precisa procurar fazer esse autocuidado
preventivo. O diabetes anda de braços dados com a obesidade, a hipertensão
arterial e a dislipidemia. Essas doenças juntas colocam o paciente como uma
bomba atômica metabólica, caso ele não se cuide”, relata a endocrinologista.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Uma
gota de sangue, retirada durante um teste rápido na faculdade, foi suficiente
para que Vanessa Pirolo recebesse o diagnóstico de diabetes. O ano era 2000 e a
então estudante de Jornalismo nem fazia ideia que estava com a doença, já que
não apresentava nenhum problema de saúde aparente. Os 20 anos que se seguiram
foram marcados pela mudança de hábitos e pelo tratamento regrado para controlar
os níveis de açúcar no sangue.
“A
primeira coisa que a gente aprende é a questão de olhar os rótulos dos
alimentos. É algo super. Importante que eu não tinha atenção alguma e hoje eu
vejo o rótulo para saber os ingredientes e a quantidade de carboidratos, de
gordura, em todos os alimentos. A segunda coisa que eu precisei inserir foi a
atividade física, hoje eu faço cinco vezes por semana, pelo menos uma hora, uma
hora e meia”, conta a jornalista de 39 anos.
Histórias
como a de Vanessa se repetem em todo o Brasil, já que a diabetes é considerada
uma doença silenciosa. Por isso, é fundamental que o cidadão monitore a sua
saúde e procure atendimento médico. Neste ano, o Ministério da Saúde já
investiu mais de R$ 221 milhões para aumentar os cuidados às pessoas com
doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, a diabetes, na Atenção Primária.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acompanhamento e tratamento completo,
inclusive com distribuição de insulina quando necessário.
“Vocês
precisam ter a escolha da vida de vocês, que caminho vocês querem trilhar.
Sejam as pessoas recém diagnosticadas ou pessoas que tenham diabetes já há um
bom tempinho, que a gente tem como melhorar e tem como fazer o melhor para a
gente ser muito feliz”, diz a jornalista, que hoje trabalha para conscientizar
a população sobre os cuidados em torno da doença.
DADOS
No
Brasil, estima-se que 9 milhões de pessoas que acessam a Atenção Primária têm
Diabetes Mellitus (DM), sendo que 35% dessas pessoas estão cadastradas nas
unidades de saúde. Em 2019, houve a realização de 11 milhões de consultas para
pessoas acometidas por essa doença. No mesmo ano, o número de internações por
diabetes foi 136 mil, gerando um custo de R$ 98 milhões de reais.
A
cada ano observa-se o aumento do número de óbitos causados por essa comorbidades,
que chegou a 65 mil óbitos em 2018. O Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) indica que o
percentual de pessoas com diagnóstico de diabetes entre as capitais do país e
Distrito Federal foi de 6,3% em 2010 e de 7,4% em 2019.
TIPOS DE DIABETES
Diabetes tipo 1: doença crônica hereditária,
que concentra entre 5% e 10% do total de diabéticos no Brasil. Cerca de 90% dos
pacientes diabéticos no Brasil têm esse tipo. Ele se manifesta mais
frequentemente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos
também. O tratamento exige o uso diário de insulina para controlar a
glicose no sangue.
Diabetes tipo 2: ocorre quando o corpo não
aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa do diabetes tipo 2 está
diretamente relacionado ao histórico familiar, idade superior aos 45 anos,
sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão
arterial e hábitos alimentares inadequados.
Pré-diabetes: é quando os níveis de glicose no sangue
estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente
para caracterizar um diabetes tipo 1 ou tipo 2. É um sinal de
alerta do corpo, que normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas
com alterações nos lipídios.
Diabetes gestacional: ocorre temporariamente
durante a gravidez. As taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas
ainda abaixo do valor para ser classificada como diabetes tipo 2.
SINTOMAS
Os
principais sintomas da diabetes são: fome e sede excessiva e vontade de urinar
várias vezes ao dia. Dependendo do tipo, há sinais específicos. No caso do tipo
1, pode ocorrer perda de peso, fraqueza, mudanças de humor, náusea e vômito. Já
no tipo 2, os sintomas também envolvem cicatrização demorada de feridas, visão
embaçada e formigamento de pés e mãos. Fonte: M.S #informativosindsaerc
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